A entrada no Ensino Superior
representa uma fase importante de transição para a vida adulta. Para a maior
parte destes jovens, esta fase representa a procura de um nível educacional
mais elevado, a criação de perspectivas de emprego e o estabelecimento de
objetivos pessoais e profissionais.
Juntamente com a obtenção de
novos conhecimentos, a vida universitária proporciona o contato com novos
valores e crenças, questionamentos e experiências acadêmicas e sociais que
propiciam aos estudantes um amadurecimento pessoal e que irão repercutir sobre
a profissão escolhida e sobre a constituição individual dos estudantes. Além
disso, o meio universitário pode representar para o discente tanto um ambiente
promotor de saúde quanto um espaço limitante desta, com possibilidades de
estresse negativo, por ser um local onde o estudante permanece grande parte do
dia, por vários anos, convive com uma diversidade de pessoas e com situações
que o levam a desenvolver estratégias de sobrevivência da forma mais saudável
possível.
Dessa forma, a adaptação à
vida universitária não é um processo fácil e as repercussões deste processo
que, muitas vezes, pode levar ao insucesso acadêmico, vão além da área da
educação e incidem, diretamente, sobre a saúde do indivíduo e da comunidade e
no desenvolvimento social e econômico do país.
Nesse ambiente no qual os
estudantes estão inseridos, a saúde mental é algo que está em crescente
preocupação. Por conta das grandes mudanças na vida e com as pressões durante o
período de estudos em uma universidade, muitos jovens têm sofrido transtornos
mentais, como por exemplo, depressão e ansiedade. Vários fatores contribuem
para essa questão, dentre eles:
- Deixar a casa dos pais e
viver num ambiente novo
- Partilhar casa com novas
pessoas
- Dar resposta às
expectativas próprias e às dos pais
- Manter relacionamentos à
distância com pessoas significativas
- Problemas financeiros
- Competição entre pares
- Problemas relacionais e
necessidade de integração em grupos
- Dificuldades em organizar
o tempo
- Maior consciencialização
da própria identidade e orientação sexual
- Privação do sono
- Gerir trabalho/estudo/
responsabilidades domésticas e familiares
- Preocupação em terminar o
curso e arranjar emprego.
Identificar que instituições
de ensinos são locais potencialmente adoecedores é um primeiro passo para criar
ambientes seguros, em que estudantes psicologicamente abalados possam ter voz,
busquem e recebam um auxílio efetivo. Trata-se de uma questão cuja solução
passa, antes de tudo, pela aceitação e reconhecimento das doenças mentais como
problemas de saúde, e não algo relacionado a questões morais do indivíduo
O Centro de Valorização de
Vida disponibiliza o “disque 188” para apoio emocional e prevenção do suicídio,
atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam
conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os
dias.
É importante ressaltar que
para solucionar ou aliviar os problemas, a pessoa deve reconhecê-los e procurar
ajuda especializada.
Referencia: https://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/download/1504/1089
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